quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Cronologia do Karate-do estilo Shotokan

Encontrei essa cronologia no site Karate das meninas, que é nosso parceiro, e a autoria é do Sensei José Roberto.
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Séculos V e VI A.C.
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Uma casta de guerreiros indianos chamada "Kshatriya" praticava o "Vajramushti", que seria um dos primeiros indícios de lutas na Índia. Sua tradução aproximada poderia ser "aquele cujo punho cerrado é inflexível".
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Ano 520 D.C.
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Um monge budista chamado Bodhidharma ("Ta Mo" em chinês ou " Daruma Taishi" em japonês), viajou da Índia para a China para ensinar Budismo no Templo Shaolin (Shorinji em japonês). A lenda conta que quando ele chegou encontrou os monges do Templo numa condição de saúde tão precária, devido às longas horas que em eles passavam imóveis durante a meditação, que ele imediatamente se preocupou em melhorar-lhes a saúde.
O que ele ensinou foi uma combinação de exercícios de respiração profunda, yoga e uma série de movimentos conhecidos como "As Dezoito Mãos de Lo Han" (Lo Han foi um famoso discípulo de Buda). Esses ensinamentos foram reunidos em um só e os monges logo se descobriram capazes de se defender contra os muitos bandidos nômades que os consideravam uma presa fácil.
Os ensinamentos de Bodhidharma são reconhecidos pelos historiadores como a base de um estilo de arte marcial chamado Shaolin Kung Fu.
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Ano 840 a 846 D.C.
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Diferentes estilos de Kung Fu se desenvolveram quando as personalidades e as nuanças dos monges emergiram, além de suas observações das lutas dos animais.
Haviam dois templos Shaolin, um na província de Honan e outro em Fukien, ambos os templos, assim como muitos milhares de templos menores, foram saqueados e queimados. Isto foi supervisionado pelo Governo Imperial Chinês, que na época tinha uma política de perseguição e importunação sobre os Budistas. Os templos de Honan e Fukien foram mais tarde reconstruídos somente para serem destruídos por completo pelos Manchus durante a Dinastia Ming de 1368 a 1644 D.C. Somente cinco monges escaparam, todos os outros foram massacrados pelo imenso exército Manchu.
Os cinco sobreviventes tornaram-se conhecidos como "Os Cinco Ancestrais". Eles vagaram por toda China, cada um ensinando sua própria forma de Kung Fu. Considera-se que este fato deu origem aos cinco estilos básicos de Kung Fu: Tigre, Dragão, Leopardo, Serpente e Grou.
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Ano 1350 D.C.
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Introdução dos primeiros sistemas de lutas nas ilhas Ryukyu, localizadas ao sul do arquipélago do Japão.
Como cidadãos chineses emigraram para as ilhas de Okinawa, novos sistemas se desenvolveram através das relações comerciais com a China, Coréia, Japão e outras ilhas.
O nome genérico dado às formas de luta de Okinawa foi "Te", que significa "mão".
Haviam três principais núcleos de "Te" em Okinawa. Estes núcleos eram as cidades de Shuri, Naha e Tomari.
Conseqüentemente os três estilos básicos tornaram-se conhecidos como Shuri-te, Naha-te e Tomari-te.
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Anos 1417 a 1429 D.C.
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Em 1417, Sho Shin, neta do rei Sho Hashi de Chuzan, proíbe a posse de armas em Okinawa. Em 1429, o rei Sho Hashi unificou as três partes de Okinawa: Chuzan, Nanzan e Hokuzan, criando o reino Ryukyu.
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Ano 1609 D.C.
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O rei da dinastia viu-se obrigado a equipar um exército com o objetivo de repelir uma invasão das ilhas iniciadas por Shimazu, o daimiô de Satsuma (agora sede administrativa de Kagoshima). Os guerreiros riukiuanos recém-armados lutaram com notável bravura e valentia contra os soldados do clã de Satsuma, conhecidos e temidos em todo o país por sua habilidade guerreira, mas, depois do sucesso dos riukiuanos em algumas batalhas campais, um desembarque de surpresa realizado pelas forças de Shimazu selou o destino das ilhas e de seu monarca, que foi obrigado a render-se.
Shimazu reedita o decreto interditando armas, muitos riukiuanos (na sua grande maioria membros da classe Shizoku) começaram secretamente a praticar uma forma de autodefesa em que mãos e pernas eram as únicas armas.
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Ano 1669 D.C.
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A fabricação de todas as formas de armas, inclusive as espadas cerimoniais são banidas.
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Ano 1868 D.C.
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Descendente de uma linhagem samurai, nasce Gichin Funakoshi em 10/11/1868, em Yamakawa, Shuri, Okinawa.
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Ano 1879 D.C.
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Gichin Funakoshi, aos 11 anos, inicia seu aprendizado de To De (Okinawa-te), sob a orientação de Yasutsune Azoto e Yasutsune ltosu.
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Ano 1888 D.C.
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Gichin Funakoshi é aprovado no exame para professor escolar, em Shuri, Okinawa, e inicia no magistério no ano seguinte.
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Ano 1895 D.C.
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Dai Nippon Butokukai (Associação Japonesa das Grandes Virtudes das Artes Marciais), é fundada pelo governo japonês.
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Ano 1899 D.C.
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O Butokuden (Ginásio das Artes Marciais) é construído em Kyoto.
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Ano 1902 D.C.
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Gichin Funakoshi faz a primeira demonstração formal de Karatê-Do para Shintaro Ogawa, comissário escolar de Kagoshima.Um ano após, Gichin Funakoshi introduz o primeira programa de Karatê nas escolas públicas, na escola masculina para formação de professores em Shuri e também na escola média da Prefeitura de Daiichi.
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Ano 1906 D.C.
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Gichin Funakoshi publica, organiza e conduz a primeira demonstração pública de Karatê, em Okinawa. Yasutsune Azato, nascido em 1828, conselheiro militar do rei de Okinawa, discípulo de Sokon Matsumura, mestre de Funakoshi, Chotoku Kyan e Ankichi Arakaki, morre neste ano.
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Ano 1911 D.C.
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A Dai Nippon Butokukai Bujutsu Semmon Gakko (Escola de Especialização da Associação Japonesa das Grandes Virtudes das Artes Marciais) é criada no Butokuden (Grande Ginásio das Artes Marciais);O Ministério da Educação estabelece o estudo do kendô e/ou judô para estudantes da escola média no Japão.Um ano depois, Gichin Funakoshi introduz o Karatê para integrantes da Marinha Imperial no curso de formação de oficiais.
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Ano 1913 D.C.
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Nasce Masatoshi Nakayama.
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Anos 1914 e 1915 D.C.
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Gichin Funakoshi lidera grupo de mestres do primeiro curso regular de Karatê em centenas de demonstrações públicas organizadas por toda a Okinawa. Yasutsune Itosu, que nasceu em 1831, construiu a base do Karatê atual, era instrutor dos Guardas do Império e era o segundo principal Mestre de Funakoshi, falece em 1915.
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Ano 1917 D.C.
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Gichin Funakoshi efetua a primeira demonstração de Karatê no Butokuden, Kyoto, Japão.
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Ano 1921 D.C.
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Gichin Funakoshi demite-se do cargo de professor de escola pública e organiza a Okinawa Shobukai (Sociedade para Promoção do Espírito Marcial). Gichin Funakoshi e 10 alunos fazem uma demonstração de Karatê, durante a visita do Príncipe Imperial, no Grande Salão do Castelo de Shuri.
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Ano 1922 D.C.
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Como convidado do Ministro da Educação, Gichin Funakoshi faz demonstração de Karate na Escola Normal Feminina em Tóquio.Primeiro artigo sobre o Karate é publicado num jornal. "Karate: The Mysterious Art Wrath Produced". Jornal Tokyo Nichinichi.Gichin Funakoshi inicia o primeiro curso regular de Karate no Japão, no Tabata Popular Club.É estabelecido o primeiro clube de Karate em Meisei Juku, em Suidobota, Tóquio.Gichin Funakoshi escreve o primeiro livro de Karate, Ryukyu Kempo: To De, publicado pela Bukyo-Sha.
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Ano 1924 D.C.
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Gichin Funakoshi inicia o ensino de Karatê no dojô de Kendô de Hakudô Nakayama, em Yobashi.Gichin Funakoshi faz apresentação de Karatê no "Tóquio Invitational Prize Contest for Athletes", em Tóquio.Primeira agremiação de Karatê universitário é estabelecida por Gichin Funakoshi, na Universidade de Keio.
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Ano 1926 D.C.
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Gichin Funakoshi publica "Rentan Goshin Karate-jutsu" ("Strengthening of Willpower and Self Defense Through Techniques of Karate").
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Anos 1928 a 1933 D.C.
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Gichin Funakoshi executa uma apresentação de Karate para a Casa lmperial no "Sainei-Kan Hall", no recinto do Palácio Imperial.Mais de 30 núcleos (clubes, associações, etc...) de Karate são organizados nas universidades e também em outros locais.
Hirokazu Kanazawa nasceu na Prefeitura de Iwate, Japão, no ano de 1931.
É introduzido no Karate, o Kihon Kumite (luta combinada básica).
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Ano 1934 D.C.
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É introduzido no Karatê, o Jyu lppon Kumitê ( luta combinada, meio livre, de um ataque por vez).Um ano após, é introduzido o Jyu Kumite (luta de estilo livre), no Karatê.
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Ano 1936 D.C.
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Gichin Funakoshi publica “Karatê-Do Kyohan” (The Master Text of Karatê-do), e modifica o ideograma (Kanji) significativo de Kara (chinês), para Kara (vazio).É fundado a União Japonesa Universitária de Karate.
É efetuada a primeira demonstração de luta, no Centro Cívico de Tóquio.
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Ano 1937 D.C.
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Masatoshi Nakayama começa seu treinamento no Karatê com o mestre Funakoshi aos 24 anos.
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Ano 1939 D.C.
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É inaugurado o primeiro dojô no Japão, pelos alunos de Gichin Funakoshi e denominado “SHOTOKAN”, que significa "Academia de Shoto". "Shoto" em japonês significa "som do pinheiro", este era o pseudônimo artístico que o mestre Funakoshi assinava seus poemas.
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Ano 1943 D.C.
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O Dojô Shotokan é destruído por bombardeio aéreo durante a 2ª Guerra Mundial.
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Ano 1945 D.C.
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Morre de tuberculose, Yoshitaka (Gigo) Funakoshi, filho de Gichin Funakoshi.
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Ano 1947 D.C.
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A esposa de Gichin Funakoshi morre e ele retorna para Tóquio com objetivo de reconstruir o Karate.
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Anos 1948 a 1951 D.C.
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Inúmeras demonstrações de Artes Marciais são executadas nas bases aéreas americanas. Um grupo de demonstração de Karate, liderada por Masatoshi Nakayama faz apresentações.
Em 1949 é oficialmente organizada a Nihon Karate Kyokai (Associação Japonesa de Karate), tendo Gichin Funakoshi como Instrutor Chefe Emérito e Masatoshi Nakayama Diretor Técnico e Hidetaka Nishiyama, chefe do comitê de instrução.O Comando Aéreo Estratégico (SACI, envia 23 instrutores de treinamento físico para a Kodokan, onde receberiam instruções sobre artes marciais japonesas, num programa que continuou por 15 anos.
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Ano 1953 D.C.
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Gichin Funakoshi excursiona pelas longínquas bases do leste, a pedido do Comando Aéreo Estratégico, fazendo demonstrações de Karatê para milhares de soldados americanos. Introdução oficial do Judô e Karate nos Estados Unidos da América, através da primeira demonstração efetuada sob os auspícios do Comando Aéreo Estratégico (SACI). Na equipe de demonstração de Karatê destacam-se lsao Obata, Toshio Kamata (Watanabe) e Hidetaka Nishiyama.
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Ano 1954 D.C.
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Masatoshi Nakayama e Teruyuki Okazaki introduzem o Karatê na Tailândia.
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Ano 1955 D.C.
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A Nihon Karate Kyokai (Associação Japonesa de Karatê) é incorporada ao corpo educacional do governo japonês, sob o Ministério da Educação e abre seu primeiro dojô em Yotsuya, Tóquio.
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Ano 1956 D.C.
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Primeiro conjunto de regras e regulamentos para competição é publicado pela Nihon Karate Kyokai.Hirokazu Kanazawa inicia no Karatê com mestre Nakayama, logo após a sua formatura na Universidade Takushoku (Takudai).
Ele praticou Judô até que pode mudar seu treinamento para o Karatê, isto porque na época cada Universidade especializava-se na prática de uma modalidade esportiva ou de arte marcial, em geral, pertencer a uma Universidade e praticar alguma atividade em outra não era possível. Então teve que mudar de Universidade para poder praticar o que realmente queria.
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Ano 1957 D.C.
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Gichin Funakoshi morre em Tóquio, em 26/04/1957.
Primeiro Campeonato Japonês Universitário realizado no Ginásio Metropolitano de Tóquio. Primeiro Campeonato Japonês de Karatê é realizado em Tóquio, no ginásio Metropolitano e vencido por Hirokazu Kanazawa mesmo com sua munheca fraturada.
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Anos 50 - A chegada do Karatê ao Brasil
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O Karatê chega ao Brasil através da colônia japonesa, inicialmente no estado de São Paulo e posteriormente Rio de Janeiro e outros estados.
MITSUSUKI HARADA - chegou ao Brasil no ano de 1955, para trabalhar no Banco América do Sul, agência em São Paulo, e portava o 5º Dan outorgado diretamente pelo Criador do Estilo Shotokan Gichin Funakoshi. Nasceu na Manchúria em 1928, em 1948 entrou na Universidade Waseda.
JUICHI SAGARA - chegou ao Brasil no ano de 1957. Nasceu em Kanagawa, Japão no ano de 1934. Cursou a Universidade de Takudai, onde iniciou a prática do karate Shotokan. No Brasil, juntamente com Yassutaka Tanaka, Sadamu Uriu, e Tetsuma Higashino, todos colegas da Takudai, iniciaram na Vila Prudente em São Paulo de forma organizada o ensinamento da prática do Karatê.
EISUKE OISHI - em 1961 mudou-se para a Bahia aos 19 anos, mesmo não sendo faixa preta. Iniciou Denílson Caribé na prática do Karatê, sendo considerado o precursor do Karatê no estado da Bahia.
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Ano 1958
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Hirokazu Kanazawa torna-se o grande campeão do 2° Campeonato Japonês de Karatê ao vencer no Katá e em Kumitê.
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Ano 1960
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Hidetaka Nishiyama, com Richard C. Brown, publica o primeiro livro sobre Karatê em língua inglesa, “Karate: The Art of Empty - Hand Fighting” (Karatê: a arte de luta de mãos vazias).
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Ano 1961
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Teruyuki Okazaki chega na Filadélfia, como o primeiro instrutor oficial da Nihon Karate Kyokai nos EUA. É fundada a All America Karate Federation (AAKF), em Los Angeles, por Hidetaka Nishiyama. É realizado o primeiro Campeonato All America Karate no ginásio Olímpico em Los Angeles.
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Ano 1964
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É fundada a Federation of All Japan Karate-do Organizations (FAJKO), em Tóquio, no Japão.
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Ano 1965
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Os Primeiro Jogos da Amizade do Karatê entre equipes dos Estados Unidos e da Seleção Universitária Japonesa são realizados no Winterland Arena, na cidade de São Francisco, Califórnia.
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Ano 1966
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Mestre Masatoshi Nakayama publica “Karate-do Shinkyotei” (um novo método para ensinar Karatê-do), traduzido para o inglês como “Dynamic Karate”, esta obra apresenta a teoria formal da prática e do ensino do Karatê Shotokan e estabelece o básico para estudantes e instrutores do todo o mundo.
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Ano 1968
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Primeiro World lnvitational Karate Championship Tournament é realizado no Auditório Nacional do México, Cidade do México.
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Ano 1969
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Primeiro Campeonato da FAJKO - All Japan Karate-Do Championship realizado em Tóquio. Norihiko Iida, membro da Japan Karate Association (JKA) é o vencedor do primeiro Campeonato Japonês de todos os estilos.
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Ano 1970
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A WUKO (World Union of Karate Organizations, União Mundial das Organizações de Karatê) é fundada em 1970, sob lideranças de mestre Masatoshi Nakayama e do francês Jacques Delcourt, com o intuito de ser a entidade mundial de administração do Karatê como esporte.Primeiro Campeonato Mundial da WUKO é realizado em Tóquio, Japão. Primeiro AAKF National Collegiate Karate Tournment é realizado em St. Louis, Missouri, EUA.
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Ano 1971
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Primeiro Campeonato da NKK é realizado em Tóquio.
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Ano 1972
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É realizado em Paris, França, no mês de abril, o 2° Campeonato Mundial de Karate, organizado pela WUKO. Hirokazu Kanazawa foi o chefe da delegação japonesa e, novamente, Mestre Hidetaka Nishiyama foi o chefe da delegação americana.
Luiz Tasuke Watanabe, 18 anos, foi o primeiro ocidental a ganhar um título mundial de Karate, em 1972, Paris, França, no mundial WUKO, e único a ter seu recorde registrado no Guiness Book por ter, neste mesmo mundial, vencido 8 das 9 lutas que disputou por ippon, o ponto decisivo, conforme regulamento da época.
Denilson Caribé de Castro, herdeiro da técnica do mestre Eisuke Oishi, fundou juntamente com outros, em 23 de outubro de 1972, a Federação Bahiana de Karate (FBK), que seria uma das fundadoras da futura Confederação Brasileira de Karate, sonho que o mestre Caribé não pode ver realizado em função de sua morte. Primeiro bahiano a galgar a faixa preta, recebeu o título de "Patrono do Karate Brasileiro", homenagem póstuma concedida pelos inestimáveis serviços prestados ao Karate brasileiro. Também lhe foi outorgada a graduação de 8º grau, sendo um dos poucos mestres brasileiros a atingir essa graduação nesta época.
O Karate Kyokushin Oyama chega ao Brasil através de Seiji Isobe.
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Ano 1973
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Fundada a Pan American Karate Union (PAKU).
Realizado o primeiro Campeonato Pan Americano de Karate, no Rio de Janeiro, Brasil.O Karate brasileiro é um dos primeiros a participar do circuito mundial da WUKO.
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Ano 1974
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Em 13/07/1974 é fundada a Federação Paulista de Karate (FPK).
Hidetaka Nishiyama, após perder a vice-presidência da WUKO, funda em 27/09, uma organização mundial paralela a já existente WUKO, a International Amateur Karate Federation (IAKF), na cidade de Nova York, EUA, que agregava principalmente o estilo Shotokan da NKK. Durante vários anos, essas entidades lutariam entre si para obter o reconhecimento do COI, realizando seus campeonatos regionais, continentais e mundiais.
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Ano 1975
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Com atraso de um ano, conforme concepção original de ocorrer a cada 2 anos, a WUKO realiza o 3° Campeonato Mundial de Karate na Califórnia, EUA.
Em 1975, a IAKF (atual ITKF), patrocinada pela NKK, realizou a 1ª Copa Mundial IAKF em Los Angeles, Califórnia, EUA. Esta competição utilizou o regulamento "shobu sanbom" (numa mesma luta) a fim de agradar o COI e aproveitar o momento de popularidade do Karate, revelando assim uma grande ambição de tornar o Karate uma modalidade esportiva do programa olímpico, mesmo que para isto fosse realizado outro mundial, paralelo ao já existente da WUKO (atual WKF).Percebe-se aqui a força distinta dos mercados Europeu (WUKO, atual WKF) e Norte-americano (IAKF, atual ITKF) como indício do início da divisão do Karate mundial em função dos holofotes do COI.Hirokazu Kanazawa foi um dos árbitros deste evento.
O primeiro campeonato europeu da IAKF é realizado na cidade de Milão, Itália.
A Federação de Karate do Estado do Rio de Janeiro (FKERJ) é fundada em 07/10/1975.
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Ano 1976
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O Primeiro Campeonato Mediterrâneo de Karate da IAKF é realizado em Milão, Itália.
O Primeiro Campeonato Bolivariano de Karate IAKF é realizado em Lima, Peru.
O Primeiro Campeonato IAKF Asia-Oceania é realizado em Hong Kong.
O campeonato comemorativo do Bicentenário Americano, American Bicentennial Invitctional International Karate Championship, é realizado na Filadélfia, Pennsylvania.
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Ano 1977
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Em dezembro a WUKO realiza o 4° Campeonato Mundial de Karate em Tóquio, Japão.
Neste mesmo ano, a IAKF realiza o seu 2° Campeonato Mundial de Karate, também em Tóquio, Japão.
Hirokazu Kanazawa, senpai de Masatoshi Nakayama, funda em Tóquio, a Shotokan Karate International (SKI) após se desentender com a NKK.
É fundada em Denver, Colorado, EUA, por Teruyuki Okazaki, a International Shotokan Karate Federation (ISKF).
O Primeiro Campeonato de Karate IAKF América Central-Caribe é realizado na cidade do México.
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Ano 1978
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O primeiro Campeonato Nacional ISKF é realizado em New Orleans, Louisiana, EUA.
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Ano 1981
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Shigeru Egami, nascido em 1912, na prefeitura de Fukuoka, um dos alunos mais antigos e herdeiro da Shotokai, associação okinawana de Gichin Funakoshi, com quem iniciou os treinos aos 18 anos, falece de pneumonia a 08/01/1981.
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Ano 1980
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Em novembro a WUKO realiza o 5° Campeonato Mundial de Karate em Madri, Espanha.
Após acompanhar, nas mesmas cidades, os passos da WUKO na realização das 2 edições anteriores de seus campeonatos mundiais, desta vez, a IAKF realiza o seu 3° campeonato mundial em Bremen, Alemanha Ocidental.
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Ano 1982
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A WUKO realiza em Taipei, em novembro, o 6° Campeonato Mundial de Karate.
O Campeonato Internacional da JKA retorna ao All Japan Karate Championship em Tóquio.
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Ano 1983
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A IAKF realiza seu 4° Campeonato Mundial de Karate no Cairo, Egito, tendo sagrado-se vice-campeão mundial, o carioca Ugo Arrigoni Neto, fato que traria enorme repercussão ao Brasil.
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Ano 1984
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A WUKO realiza em outubro, o 7° Campeonato Mundial de Karate na cidade de Maastricht, Holanda.
Incentivados pelo COI, após muitas reuniões entre os dirigentes da WUKO e da IAKF, finalmente chegaria-se a um acordo sobre a extinção da IAKF e a adesão a WUKO. Para isto, foi realizado um torneio na Hungria visando a unificação das regras de competição: o shobu sanbom da WUKO e o shobu ippon da IAKF.
É fundada a American Karate Associations (AJKA), em St. Louis, Missouri, EUA.
É lançado mundialmente, o filme "The Karate Kid", que retrata o estilo Goju Ryu (estilo forte e suave). Ele ofereceria grande mídia e repercussão ao Karate Do de todos os estilos, causando um "boom" nas academias de todo o mundo nos anos 80.
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Ano 1985
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No dia 06 de junho de 1985, em Berlim, Alemanha, o COI reconheceu a WUKO, em caráter provisório, como a entidade dirigente do Karate mundial, fazendo com que muitos países que tinham a dupla filiação, ou seja, estavam filiados às duas entidades, caso do Brasil, decidissem pela única filiação a WUKO, desligando-se da IAKF.
Com o retorno da Shoto World Cup Karate Championship Tournament a Tóquio, a NKK decide voltar ao regulamento "shobu ippon", por acreditar que assim, o verdadeiro espírito e técnicas do Karate estariam melhor resguardados em ambiente de competição (em alusão ao ikken hissatsu).
Com esta derrota perante o COI, a IAKF quebrou o acordo feito com a WUKO em 1984 e passou a utilizar outros caminhos e expedientes para insistir em seu reconhecimento, confundindo o COI, e mudando sua denominação para International Traditional Karate Federation (ITKF), com a intenção de demonstrar que o Karate da ITKF (Nishiyama) e o Karate da WUKO (Nakayama) seriam esportes e modalidades diferentes. A ITKF começa então a aceitar como seus membros, organizações sem o reconhecimento "oficial" dos respectivos países.
Documentos assinados e cartas:
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Os próximos Jogos Olímpicos seriam em Seul, Coréia do Sul, Ásia, palco perfeito para a entrada do Karate Do. Infelizmente, pelo desacordo, o COI deu preferência ao Tae Kwon Do (os pés como as mãos).
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Ano 1986
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Seguindo a política das pessoas que dirigiam o Karatê brasileiro até 1985, através do Departamento de Karatê da Confederação Brasileira de Pugilismo, o Brasil ficou afastado da WUKO de 1973 a 1985, voltando a competir neste circuito em Sidney, na Austrália, por iniciativa de Ennio Vezulli, Denílson Caribé e outras pessoas que dirigiram o Karatê brasileiro a partir desta época.É realizado o 8º Campeonato Mundial WUKO em Sidney, Austrália, e o Brasil conquista uma medalha de prata com José Carlos Gomes de Oliveira, na categoria -75Kg, tendo como técnico Ennio Vezzuli.Teruô Furushô, senpai de Benedito Nélson, o "mão de ferro", 1° faixa preta brasileiro, funda a Universal Clube de Artes Marcias (UNICAM), organização que representaria os interesses da SKI de Hirokazu Kanazawa no Brasil.
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Ano 1987
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Falece em Tóquio, aos 74 anos, Mestre Masatoshi Nakayama.
O Brasil conquista a sua própria entidade nacional de administração da modalidade Karate, através da fundação da Confederação Brasileira de Karate (CBK) na data de 11/09/1987, e vincula-se ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB), é reconhecida, através da Portaria nº 551, pelo Ministério da Educação, na data de 10/11/1987, como a entidade de direção nacional da modalidade, porém não consegue a unanimidade, desencadeando assim na cisão política do Karate brasileiro em duas grandes forças: o Karate oficial (CBK, WUKO), reconhecido pelo governo brasileiro e formador das seleções brasileiras e o Karate dos derrotados políticos ligados a ITKF.
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Primeira diretoria da CBK:
Presidente Fauzi Abdala João
Vice-Presidente Hugo Nakamura
Secretário Alcir Magalhães
Tesoureiro Aldo Lubes
Diretor Técnico Teruo Furusho
Diretor Médico Camilo Moraes de Albuquerque Lins
Diretor de Rel. Públicas Ubirajara Silva
Diretor Jurídico Antônio Ferreira Pinto.
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Ano 1988
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A WUKO realiza o 9° Campeonato Mundial de Karate no Cairo, Egito.
É registrado um n° récorde de países participantes (54) e competidores (1157).
A AJKA, representante da NKK nos EUA, obtém o registro da marca do símbolo nascer do sol, que representa em todo o mundo a NKK.
Marcelo Guimarães Arantes é eleito presidente da CBK para o período 1988/1991, tendo Teruo Furusho, diretor técnico da FKERJ e Presidente da UNICAM, como Diretor Técnico de sua diretoria.
A Confederação Brasileira de Karate do Tradicional é fundada.
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Ano 1989
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Após a morte de Nakayama, a NKK se divide em duas facções, uma liderada por Kimio ltoh e a outra por Tetsuhiko Asai.
Um ano após, em 10/06/1990, inicia-se o processo litigioso entre as duas facções pelo direito oficial da marca NKK.
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Ano 1990
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A WUKO realiza o 10° Campeonato Mundial de Karate no México.
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Ano 1992
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A WUKO realiza o 11° Campeonato Mundial de Karate em Granada, Espanha.
Até 1985 no Brasil, as mulheres eram proibidas de participar de competições de Karate na modalidade kumite. Já tendo sido anteriormente duas vezes vice-campeã mundial, em 1990 e 1991, Maria Cecília de Almeida Maia (Ciça) sagra-se campeã mundial na Copa do Mundo WUKO realizada em Fukuoka, Japão, tornando-se a primeira ocidental a ganhar o título mundial de Karate. Seu nome está no Guiness Book.
Apoiado pelo ex-presidente da FPK, Osvaldo Messias, Teruo Furusho lança sua candidatura à presidência da CBK, tendo como plataforma de campanha a sua diretoria técnica exercida no mandato que findava, estabelecendo-se então como o candidato da situação.
Em contra-partida, como oposição, é lançada a candidatura de Edgar Ferraz, então presidente da FPK, à presidência da CBK, contando com o apoio de outro ex-presidente da FPK, Laerte Ferraz.
O resultado da eleição dá empate, o que conforme o estatuto resultaria em nova eleição para o desempate. Este desempate nunca ocorreu em função da desistência de Teruo Furusho que indignara-se com o resultado.
Conforme o Estatuto, é considerado eleito para o período 1992/1995, como o 3° presidente da CBK, o paulista Edgar Ferraz de Oliveira.
Teruo Furusho e Osvaldo Messias aliam-se e desligam-se da CBK para fundarem uma outra organização paralela.
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Ano 1993
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Para adaptar-se às regras do Comitê Olímpico Internacional, foi exigida novamente por este, a união da WUKO e da ITKF sob a égide de World Karate Federation (WKF), fato este que traria um desenvolvimento direcionado à promoção do Karate mundial através da provável inclusão da modalidade no programa olímpico.
A união não foi possível por questões técnicas (qual regulamento prevaleceria) e participação política.
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A WKF absorve a antiga WUKO.
Num vacilo jurídico, a sigla WUKO fica à deriva.
No Brasil, ocorre o "estouro da boiada" após a promulgação da fatídica Lei nº 8672, de 6 de julho de 1993, a famigerada Lei Zico, que dava "liberdade" de associação a diferentes federações e/ou ligas de uma mesma modalidade, ocasionando na pulverização da força do Karate Do nacional em diversas organizações motivadas por ambições político-pessoais diversas.
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Ano 1994
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A WKF realiza o 12° Campeonato Mundial de Karate em dezembro na cidade de Kota Kinabalu, Malásia.
Durante as eleições da WKF, na Malásia, alguns aliados de Jacques Delcourt, então presidente, perdem o seu lugar como Fritz Wenland, vice-presidente WKF, e que criaria uma outra organização.
A partir do Rio de Janeiro (Teruo Furusho) e de São Paulo (Osvaldo Messias), amparados pela Lei Zico, após basearem-se no modelo UNICAM e se estruturarem, é fundada outra confederação de Karate denominada Interestilos, fato este que contribuiria negativamente para a fragmentação do Karate brasileiro em "n" organizações estaduais e nacionais, motivadas também pela pequena durabilidade da "sociedade" interestilos, desencadeando na subdivisão do grupo em futuras 3 partes.
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Ano 1995
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O Karate como modalidade esportiva estréia no Circuito Olímpico sob comando da WKF através de sua inclusão nos Jogos Panamericanos de Mar del Plata, Argentina.
No Rio de Janeiro é eleito para a presidência da FKERJ, Sensei Fernando Gomes da Silva.
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Ano 1996
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A WKF realiza o 13° Campeonato Mundial de Karate na cidade de Sun City, África do Sul. Nesta competição, a macaense Samara Jardim conquista a medalha de bronze na categoria junior do kumite.
A World Karate Confederation (WKC) é fundada por um pequeno grupo, a 04/05/1996, em Frankfurt, Alemanha, servindo assim de abrigo para as "n" confederações que surgiam mundo afora, motivadas por perda de espaço político nas federações/confederações de origem, mesmo sem o reconhecimento de seus comitês olímpicos nacionais.
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Ano 1998
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A WKF realiza o 14° Campeonato Mundial de Karate no Maracanãzinho, Rio de Janeiro.
Sob o comando do técnico Antonio Fernando Pinto, o Brasil obtém o bicampeonato mundial de Maria Cecilia de Almeida Maia (Ciça) na categoria open, o vice-campeonato com Antonio Carlos Pinto na categoria -75Kg e o 3° lugar de Célio René Vieira na categoria -65Kg.
DVD do evento:
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Em assembléia realizada no Rio de Janeiro, ganha a eleição para a presidência da WKF, o espanhol Antônio Espinós, terminando assim a "era Jacques Delcourt".
Em reforço/atualização à Lei Zico, é instituída a Lei nº 9615, de 24 de Março de 1998, a Lei Pelé. As inúmeras facções do Karate brasileiro agradecem por legitimarem suas ambições político-pessoais, contribuindo assim para o enfraquecimento da modalidade.
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Ano 1999
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No dia 18 de março de 1999 o COI, em sua 109º sessão, em Seul, Coréia do Sul, confirmou o reconhecimento em caráter definitivo da WKF, através de certificado em acordo com o artigo 29 da carta Olímpica, como a federação mundial dirigente da modalidade Karate.
O Karate, como modalidade esportiva, firma-se no Circuito Olímpico, através de nova inclusão nos Jogos Panamericanos, agora em Winnipeg, Canadá.
Em última instância, a 10/06/1999 a NKK vence o processo na Suprema Corte Japonesa pelo direito de sua marca, impondo uma derrota ao Grande Mestre Tetsuhiko Asai, 9º dan, um dos mais importantes expoentes do Shotokan.
A WKF realiza o 1° Campeonato Mundial de Karate exclusivo para as categorias juvenil (16/17 anos) e junior (18/20 anos).
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Ano 2000
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A WKF realiza o 15° Campeonato Mundial de Karate Senior em Munique, Alemanha, com um novo récorde de países e competidores participantes, 84 e 1295 respectivamente.
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sábado, 9 de fevereiro de 2008

Artigo "Desmistificando quebramentos"

Desmistificando quebramentos
David G. Borges

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Muitas pessoas, especialmente leigos e alunos jovens, ficam bastante impressionadas com demonstrações em que objetos são quebrados por lutadores. Madeira, telhas, barras imensas de gelo, todo tipo de material já foi usado nisso. O termo geralmente empregado para descrever essas demonstrações é “quebramento”. Artes específicas utilizam nomes mais específicos – geralmente o termo empregado nas artes nipônicas é “tameshiwari” quando a técnica é feita com as mãos nuas.
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Bem, EXISTEM quebramentos verdadeiros, realizados sem truques. Eles exigem muito treino. Mas a esmagadora maioria deles são fraudes. E como esse tipo de fraude é muito utilizada por picaretas para atrair alunos, irei explicar os métodos mais conhecidos aqui.
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Antes de qualquer coisa, é preciso explicar alguns conceitos. O primeiro deles: não necessariamente são as mãos do lutador que quebram o objeto. É possível manter o objeto sobre um apoio e, na hora do golpe, fazer com que ele se choque contra o apoio. Assim, é possível quebrar um tijolo mantendo-o a alguns centímetros de uma pedra que sirva como “mesa de demonstração”, e no momento do golpe o tijolo bate com violência contra a pedra. A pedra, por ser bem mais resistente, quebra o tijolo – e não o golpe do lutador, que apenas o “impulsiona”. Este seria um “quebramento que se utiliza de espaços”, já que é possível empilhar vários objetos com alguns centímetros de espaço vazio entre eles, e com o golpe fazer com que todos se choquem entre si e se partam.
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Em segundo lugar, alguns truques se aproveitam da forma do material. Entortar uma barra de metal comprida é bem mais fácil do que uma curta. Quanto maior a relação comprimento/espessura do objeto, mais propenso a entortar ou se partir ele é. É por isso que ninguém consegue partir esferas maciças de metal – numa esfera, comprimento e espessura possuem a mesma medida.
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Terceiro, o peso do conjunto é importante. A força necessária para quebrar uma pilha de telhas não é a “soma” da força necessária para se quebrar todas elas isoladamente. Na mecânica do movimento, as telhas partidas de cima contribuem para que as de baixo se partam por conta do seu peso. Claro, tudo vai depender de como os objetos foram dispostos.
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Barras de gelo: depois de congelada, quebre a barra de gelo inteira com uma marreta e depois coloque os "cacos" para congelar de novo, apenas completando os espaços com mais água. O resultado é uma barra de gelo extremamente quebradiça.
Telhas e tijolos: molhe-os e depois coloque para secar ao sol por alguns dias. Na verdade, a simples exposição constante ao sol já é suficiente para diminuir a resistência desses materiais. A mesma tática funciona com alguns vasos de cerâmica.
Madeira e azulejos: Use um instrumento pontiagudo para fazer um sulco profundo na parte de trás da madeira ou azulejo. Esse pedaço vai ficar mais frágil do que o restante e o objeto vai se partir bem ali. Ou então parta o objeto antes e cole, mas tome o cuidado de não deixar marcas visíveis de que já estava partido. Geralmente a madeira utilizada em demonstrações é o pinus, por ser barata, de baixa qualidade e com pouca resistência. É possível quebrar uma placa de pinus sem truques, apenas batendo no ângulo correto em relação ao sentido das fibras da madeira. Algumas vezes, em demonstrações, os executantes entregam a tábua para alguém da platéia tentar quebrar e nesse momento invertem a placa de forma que as fibras da madeira dificultem o quebramento. Depois que a pessoa da platéia desiste, seguram a tábua no sentido correto novamente e algum dos lutadores que está executando a apresentação a quebra com facilidade.
Garrafas: Escolha o local onde quer que a garrafa se parta, amarre um barbante embebido com álcool e ponha fogo no barbante. Imediatamente depois de queimar, ainda quente, coloque a garrafa debaixo de água corrente. Repita a operação algumas vezes, e a garrafa vai ficar mais frágil no ponto onde os barbantes estão sendo queimados. Existe ainda uma forma de se quebrar uma garrafa cheia de líquido. Basta enchê-la deixando apenas cerca de dois dedos de espaço vazio e segurá-la com o gargalo aproximadamente na metade do indicador com o polegar. Depois basta um “tapa” na abertura para fazer com que a garrafa se parta – o ar se expande e pressiona o líquido, que acaba quebrando a garrafa.
Tacos de baseball: Serre-os até aproximadamente dois terços da espessura e depois cole a porção serrada, ou disfarce o corte com algum tipo de resina.
Pedra natural: Essa é mais complicada. Existem duas formas. A primeira consiste em escolher uma pedra que se espatife com facilidade, mas isso nem sempre convence a audiência (é fácil perceber o truque). A segunda consiste em deixar a pedra um pouco acima do apoio onde ela será quebrada e, na hora do golpe, fazer com que ela se choque contra a outra superfície (como descrito no início do texto). Ainda assim exige um certo treino, já que pedras naturais são bastante resistentes. O segredo está em escolher bem o material contra o qual a pedra irá se chocar.
Partindo correntes: Embora atualmente tenha caído em desuso, o truque de partir correntes com os braços ou amarrar alguém com uma corrente e fazê-la se partir quando o “prisioneiro” faz força para escapar é relativamente simples. Basta preparar um dos elos da corrente para que se quebre com facilidade, cortando-o e depois fazendo o remendo com uma solda ruim que se rompa com facilidade.
Entortando barras de ferro: Este truque se aproveita da relação entre o comprimento e a espessura do material. Vergalhões de ferro usados em construções são extremamente maleáveis quando confeccionados no comprimento e espessura comumente utilizados em apresentações de artes marciais. Basta aplicar a força de forma correta, e eles entortam. Não há muito “segredo” nisso.
Entortando/quebrando espadas: Este truque também se aproveita do mesmo princípio físico acima. Espadas são achatadas lateralmente; posicionar uma espada de aço não temperado em um ângulo de 45 graus contra qualquer superfície e dar uma pancada com força suficiente na lâmina fará com que ela se parta. Às vezes as lâminas até são temperadas, mas de forma que o aço resultante seja mais maleável do que o esperado – o que faz com que a lâmina entorte. Se uma espada dessas fosse utilizada em um campo de batalha da antiguidade, deixaria seu usuário em maus lençóis devido à má-qualidade.
Cama de pregos: Quanto menor a área, maior é a pressão exercida sobre ela. Uma cama com um único prego seria algo impressionante, porém aumentando-se o número de pregos, distribui-se o peso por uma área maior, diminuindo a pressão. A pressão exercida por cada prego acaba se tornando insuficiente para penetrar a pele, e não faz mal algum.
Batendo pregos com as mãos nuas: Extremamente simples. O prego geralmente usado nestes tipos de apresentações possui uma “cabeça” (a porção achatada) bem mais larga do que a usual. Ele é mantido encaixado na porção mais macia de uma madeira previamente preparada com um pequeno furo, algumas vezes preenchido por resina. Quando o lutador golpeia o prego com as mãos, a força exercida sobre a “cabeça” do prego (que possui uma superfície considerável, para não machucar a mão do praticante) é potencializada pela superfície menor da ponta do prego. A pressão exercida perfura a madeira sem grandes dificuldades, principalmente se a madeira já continha algum furo antes.
Realizando quebramentos enquanto se segura um ovo na mão fechada: Em algumas demonstrações o lutador segura um ovo em sua mão fechada e depois golpeia diferentes objetos – barras de ferro, tábuas, etc. – executando todos os demais “quebramentos” acima, para depois abrir a mão e mostrar à platéia que o ovo continua intacto, o que demonstra o quanto suas mãos são fortes e rígidas. Isso pode ser executado de duas formas. A primeira é utilizando um ovo cozido. A segunda é segurando-o da forma correta, já que a casca dos ovos não é tão frágil quanto as pessoas imaginam e tolera bem a aplicação de certas forças sobre ela (embora isso demande uma certa prática).
Pressionando espadas contra o corpo sem se cortar: Este truque é muito utilizado nas artes chinesas. Um praticante mantém uma espada junto ao corpo com a lâmina em contato com a pele, enquanto o outro bate nela com outra ferramenta qualquer. As espadas utilizadas para este fim não possuem fio, além de terem espessura homogênea em toda a lâmina – ou seja, as “costas” da espada são da mesma espessura da porção em que o fio deveria estar. Além disso, é feito um controle da força exercida sobre o corpo apenas pela forma correta de se segurar o objeto. Por isso o praticante não se corta.
Quebramentos "seletivos": Empilhe tudo sem espaços entre os objetos (sejam tijolos, gelo, etc.), mas lembre-se de deixar APENAS UM item "preparado" com as artimanhas acima (por exemplo, apenas um dos tijolos é quebradiço). Quando bater, a força do impacto irá ser transmitida através do material, mas apenas o mais fragilizado irá se partir. Assim, é possível (por exemplo) quebrar apenas o oitavo de uma pilha com dez tijolos. Obviamente este efeito será atribuído ao “controle do ki” depois.
Quebramentos "com fogo": Além da preparação inicial, jogue fluido de isqueiro no objeto (ou na pilha de objetos) e acenda. Você não vai se queimar porque o tempo de bater e recolher o membro (seja a mão ou a perna) é muito curto, e as chamas não irão afetá-lo. IMPORTANTE: NÃO USE ROUPAS FACILMENTE INFLAMÁVEIS (COMO SEDA OU ALGUMAS FIBRAS SINTÉTICAS) AO EXECUTAR ESTA TÉCNICA. Também é preciso cuidado para não exagerar na quantidade ou errar na escolha do fluido, já que o mesmo pode “grudar” no praticante por conta da viscosidade e produzir queimaduras.
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Existem outras táticas para os mais diferentes objetos (fazer um único furo central no local onde a pancada será dada, serrar o objeto até metade da sua espessura, etc.), mas estas são as técnicas básicas.
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Agradeço ao Sr. Marcos Storck por descrever os truques de entortar barras de ferro e quebrar garrafas cheias de líquido, além de exemplificar muito bem a respeito do uso das fibras da madeira em demonstrações.
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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Artigo "O que aconteceu com as Artes Marciais tradicionais no MMA?"

Sobre as artes marciais tradicionais:
"(...) Estes fatores simplesmente levam a um estilo que não é preparado para o combate real."
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Sobre novos estilos como o Jiu-Jitsu Brasileiro:
"(...)Eles estão preocupados com o que funciona ou não."
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Só tenho uma coisa a escrever sobre o artigo: vai ser costume aqui no blog eu 'linkar' o texto quado necessário, rs...
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...no mais, é ler e refletir.
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O que aconteceu com as Artes Marciais tradicionais no MMA?
Por Jay Cordes
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De acordo com as estatísticas no Sherdog.com, o índice de praticantes de artes marciais tradicionais entre os Wrestlers e especialistas em Jiu-Jitsu Brasileiro, caiu dramaticamente de 71% em 1994 para 19% em 1996, e ainda continua diminuindo. O que aconteceu?.
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No início do esporte em 1993 [ano de lançamento do UFC], os lutadores de artes marciais tradicionais simplesmente não conseguiam evitar serem colocados para baixo por lutadores que sabiam lutar no chão. No entanto, sempre existirá a desculpa da comunidade praticante de artes marciais que seus melhores adeptos não participavam das lutas, ou se participavam, estavam fora de seus auges. Falando do UFC 7, um lutador de karate estava sendo considerado alguém que finalmente iria mostrar o potencial das artes marciais tradicionais numa luta. Seu nome era Ryan Parker.
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Com 1,90 de altura, pesando 106Kg, Parker era o lutador de karate ideal. De acordo com o site GojuRyuKarateDo.com, "Ki ko" é o nível mais alto do karate de Okinawa [vale lembrar que o Goju Ryu é uma das escolas oriundas de Okinawa], praticado apenas por pessoas muito hábeis, e consiste em usar a energia interna (ki) para tornar seu corpo invulnerável a golpes e chaves. Ryan Parker era terceiro dan de faixa preta em Gojo Ryu karate, e fazia demonstrações recebendo severos golpes na barriga, garganta, joelhos, costelas e rins. Antes do evento, corria até o boato que Ryan havia aprendido a usar seu (ki) para resistir a sufocamentos, arm locks e nunca seria derrubado.
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No primeiro round, ele enfrentou Remco Pardoel, um lutador de jiu-jitsu da Holanda, que rapidamente o empurrou para um dos lados do octágono e o derrubou com um estrangulamento. Depois disso, ficou claro que Ryan não tinha se tornado um mestre no uso do seu (ki) para resistir aquele estrangulamento em particular. A comunidade MMA nunca mais o viu depois disso e gradualmente percebeu que ninguém se ergueria para contradizer a evidência de que artes marciais tradicionais simplesmente não eram mais eficazes em um combate corpo-a-corpo, como todos acreditávamos. Mas porque elas não funcionaram tão bem quanto outros estilos, como o Jiu-Jitsu Brasileiro ou o Wrestling?

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.Cartaz do Evento UFC 7
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1) Treinamento: Como dizia Bruce Lee, "Saber não basta, temos que aplicar. Poder não basta, temos que fazer." A natureza coreografada de um treinamento na maioria das artes marcias é invariavelmente inadequada para preparar alguém para um conflito real contra um oponente. Estudantes de jiu-jitsu treinam eternamente e aperfeiçoam suas técnicas lutando contra outros estudantes que tem toda a intenção de evitar o sucesso das técnicas do oponente.
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2) Técnicas Mortais: Alguém poderia pensar que quanto mais técnicas mortais um estilo tem, mais mortal ele é. No entanto, mortal ou não, técnicas precisam ser praticadas antes de serem usadas contra um oponente. Quanto mais mortal uma técnica, é mais provável que um praticante nunca tenha as experimentado de verdade. Qualquer parceiro de treinamente sairia correndo na hora de praticar suas "perfurações de olhos" ou "ataques na garganta", então tais técnicas tendem a se tonarem outra coisa que os praticantes de artes marciais acreditam poder usar em lutas, mas na verdade eles nunca tentaram. É melhor usar seu tempo para aprender técnicas que podem ser realmentes usadas em treinos.
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3) Defesa de Quedas: Existem três fases em uma luta corpo-a-corpo: luta em pé, quedas e luta de chão. Cada estilo tem especializações em uma destas fases. A melhor estratégia para um praticante de um estilo é manter a luta na fase em que ele tem melhores chances. Artes marciais tradicionais geralmente assumem que o oponente lutam como eles querem e irão trocar chutes e socos, ao invés de simplesmente colocá-los para baixo. Em resumo seria: eles não sabem como lutar no chão e não sabem como evitar que sejam derrubados.
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4) Tradição: Existe uma coisa que todas as artes marcias tradicionais não têm: tradição. Um estilo precisa ser "mente-aberta" diante das novas técnicas para se manter efetivo. Por exemplo, imagine que alguém um dia apareça com uma técnica de derrubar que é mais eficaz do que a do freestyle wrestling. Imediatamente os lutadores de wrestling incorporariam tal estilo ao seu treinamento. Lutadores de wrestling nunca virariam as costas para uma técnica devido à tradição. Eles estão preocupados com o que funciona ou não.
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Resumindo, artes marciais tradicionais vão se extinguir no MMA simplesmente porque elas não são treinadas realisticamente. Como elas precisam que seus oponentes joguem nas suas regras, seus praticantes só treinaram dentro desta regra. Ainda, aprender como evitar que um lutador de wrestling te derrube significa treinar com um lutador da modalidade. Se isto conflita com a tradição, deixa de ser uma opção. Estes fatores simplesmente levam a um estilo que não é preparado para o combate real.

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fonte: Karateca.net*

*eu sempre confiro a fonte e nesse caso eu não achei referências sobre o autor na net, mas o artigo parece ter sido escrito, na hipótese de estar erroneamente creditado, por alguém que entende do assunto.
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terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Karate-do

O Pai do Karate Moderno



Gighin Funakoshi nasceu em 10 de novembro de 1868 em Yamakawa, Shuri, Distrito de Okinawa. Ele pertenceu a uma linhagem de samurais, cujo os familiares, em tempos remotos, foram vassalos dos nobres da Dinastia Ryukyu.
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Aos 11 anos, com seu próprio esforço, ele fez nome na arte marcial no estilo RyuKyu. Começando seu treinamento com o Mestre Azato Anko, não demorou até que ele igualasse sua habilidade à de seu mestre, e dividiu com ele a honraria de ser o “mais completo” praticante dessa arte marcial em sua região. Ele também aprendeu Karate-jutsu (escrito com ideogramas que significam “Arte Marcial Manual Chinesa”) com o Mestre Itosu Anko. Os dois professores ficaram impressionados com sua nobreza de caráter.
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Ao longo dos anos ele se esforçou em seus treinamentos e desenvolveu suas notáveis habilidades continuadamente. Mestre Funakoshi tornou-se presidente da Sociedade de Artes Marciais de Okinawa e instrutor na Escola de Okinawa. Então em 1922, já com 54 anos de idade, ele introduziu ao Ministro da Educação do Japão o Karate-jutsu de Okinawa. Este evento, que foi a primeira demostração pública no Japão, foi um grande sucesso. Agora, o antes desconhecido Mestre Gichin Funakoshi ganhou notoriedade instantânea no ciclo das Artes Marciais japonesas.
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Imediatamente o fundador do Judô moderno, Jigoro Kano, convidou o Mestre Funakoshi e seu pupilo Shinkin Gima para uma demostração de Kata no Dojô Kodokan. A maciça presença do público lotou o dojô Kodokan. Foi tamanho o sucesso que o Mestre Funakoshi encontrou-se pressionado por todos os lados a permanecer em Tokyo.

Dr. Jigoro Kano, o fundador do Judô que foi amigo do Mestre Funakoshi
e deu suporte ao Karate no momento de sua entrada no Japão.
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Animado com a oportunidade de promover amplamente a arte marcial que ele tanto se esforçou para introduzir no Japão, Mestre Funakoshi em seguida começou a ensiná-la no Meiseijuku de Tokyo, um dormitório para estudantes oriundos de Okinawa. Ainda em 1922, ele publicou o livro intitulado “Ryukyu Kempo Karate”. Foi a primeira documentação da arte Karate-jutsu no Japão. Seu livro era original e muito bem escrito, e imediatamente causou um frisson sem precedentes em torno do Karate.
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Devido ao aumento da popularidade do Karate-jutsu, Mestre Funakoshi criou o primeiro ranking de graduação (Dan) em abril de 1924.
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Na mesma época, com o incentivo de seu professor de Budismo, Gyodo Furukawa, do Templo Enkakuji, em Kamakura, Mestre Funakoshi começou a praticar Zen-Budismo. Ele refletiu sobre o conhecido ensinamento budista que diz: “form is emptiness and emptiness is form*. Ele percebeu a importância desse ensinamento para sua arte marcial, e finalmente mudou os ideogramas de Kara + te (“Chinesa” + “mão”) para Kara + te (“vazia” + “mão”)**.

Então, com a finalidade de consolidar a arte marcial de Okinawa em todo o Japão, Mestre Funakoshi compilou um completo sistema de técnicas e teoria, e padronizou os nomes do kata em japonês (antes era utilizada uma mescla de termos extraídos do Chinês e do dialeto local de Okinawa). Em 1929, após muita reflexão, ele também mudou o nome de Karate-jutsu (arte marcial manual chinesa) para Karate-do (o caminho das mãos vazias). Ele então definiu os ‘20 Preceitos do Karate' e estabeleceu a grande filosofia do Karate.
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Finalmente, o Karate tomou um caminho próprio e estava ganhando popularidade por todo o Japão. O número de pessoas que desejavam começar a treinar crescia diariamente - tanto que se tornou difícil acomodar os alunos. Então, em 1939, Mestre Funakoshi fundou o Dojô Shotokan, construído com seus próprios recursos. (“Shoto” foi o primeiro pseudônimo utilizado em seus textos e poemas. “Shoto” significa “Ondas do Pinheiro” e remete ao som provocado pelo vento nos pinheiros, que lembra o som de ondas do mar.)
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Nesse período, Mestre Funakoshi ensinou Karate a estudantes do colegial e de universidades. Como resultado, surgiram clubes de Karate nas instituições de ensino superior do Japão – o que é uma das razões de o Karate ter alcançado o respeito que tem hoje.
Com os ataques aéreos durante a 2ª Guerra Mundial, o Dojô Shotokan foi destruído e o crescimento do Karate foi abalado. Mas, depois da guerra, os seguidores de Funakoshi se reagruparam e, em 1949, eles formaram a Associação Japonesa de Karate (JKA), com Gichin Funakoshi como Supremo Mestre.

Em 10 de abril de 1957, o Ministro da Educação reconheceu oficialmente a JKA, e ela se tornou uma entidade legalmente instituída. Apenas dezesseis dias depois, com 89 anos de idade, Mestre Funakoshi faleceu. Um grande funeral público foi realizado no Ryogoku Kokugikan (Ginásio Nacional de Sumô), recebendo mais de 20 mil pessoas, incluindo vários nomes famosos que foram prestar homenagens.
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Um monumento em memória ao Mestre Funakoshi foi erguido no Templo Enkakuji, em Kamakura. Membros da JKA visitam o monumento todo ano, sempre no dia 29 de abril, dia do Festival Shoto.

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* A melhor versão do provérbio em português seria: “O vazio não tem forma, e ainda, não há forma com que o espaço vazio não se pareça”. E porque o vazio não tem forma ele pode conter tudo e pode se assemelhar a tudo.

** A título de esclarecimento, o ideograma “kara” possui mais de um significado (polissemia), podendo significar, dentre outras coisas, Chinês ou vazio, conforme o contexto.

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Fonte: Site da Associação Japonesa de Karate (JKA)
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Tradução do inglês: Rodrigo Ramthum e Ednei Ramthum


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domingo, 3 de fevereiro de 2008

Livro "Estudo Técnico Comparado dos Katas"

Esta é apenas a introdução. O livro aborda aspectos teóricos e práticos de nossa arte, além de estabelecer um bom diálogo sobre a questão arte marcial e esporte. Para quem se interessar, clique aqui e baixe o livro completo. Ele está em espanhol mas é de fácil compreensão, além de ser ricamente ilustrado. Abs
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Estudo Técnico Comparado dos Katas no karate
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Me trouxe uma grande alegria o dia em que Hermenegildo me pediu para escrever o prólogo deste livro. Nos conhecemos há quase 20 anos, quando fui eleito pela primeira vez Presidente da Federação Espanhola, e tive então a oportunidade de perceber sua dedicação ao Karate, que unida a sua experiência, lhe permitiu abordar aspectos novos e tremendamente enriquecedores a nossa arte e esporte.
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Apenas com a leitura da primeira página, onde se define o significado de Karate-do de uma forma simples, mas que por sua profundidade penetra imediatamente no leitor, podemos fazer uma idéia da solidez dos autores quando escrevem sobre Karate-do.
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São muito interessantes os primeiros capítulos do livro, que tratam desde a origem do Karate até sua entrada no Japão, e também qual as origens dos estilos, os significados dos Katas e tantas e tantas coisas que os autores, com seus conhecimentos enciclopédicos, nos trazem tão bem condensados após uma vida dedicada aos estudos e práticas do Karata-do.
Frente a essa apresentação, houve momentos em que, como representante máximo da vertente esportiva do Karate no mundo, eu cheguei a sentir a grandeza do Karate como arte marcial e seus significados mais profundos, que se perdem com o tempo. Esta visão deixava muito pequeno o caráter esportivo do Karate. Se bem que foi essa faceta esportiva que tornou possível que o Karate hoje seja uma disciplina universal, praticada em todos os rincões do planeta. Por mestres como Hermenegildo Campos e Santiago Cerezo, temos a oportunidade e o privilégio de aprofundar nestes aspectos intangíveis do Karate. É a simbiose perfeita entre a arte marcial e o esporte.
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Não quero finalizar sem agradecer aos autores esta valiosa compilação, que enriquece o nosso querido Karate, escola de vida.

Antonio Espinós Ortueta
Presidente das Federações Europeia e Mundial de Karate
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Ficha técnica: Camps, Hermenegildo/ Cerezo, Santiago - Editora Alas, 687 pág (várias ilustrações)

Tradução do espanhol: Rodrigo Ramthum e Ednei Ramthum

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sábado, 2 de fevereiro de 2008

Croquis dos Katas

Este é um arquivo alemão que contém 27 croquis de Katas. Entre eles estão todos os Heian, Tekki, Bassai, Kanku, entre outros. Quem se interessar pode clicar no link e baixar ele completo e sem demora. Abaixo você tem parte do Heian Nidan como amostra. Abs
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